A Loja D1, da New Feeling, situada no Shoping Lindeza, no bairro do Kikolo, foi encerrada temporariamente, a partir de hoje, por motivos de irregularidades e desrespeito aos direitos humanos.
A medida foi tomada depois de um vídeo que circula nas redes sociais, apresentando os trabalhadores a serem revistados em partes íntimas do corpo, por suspeita de roubo.

A acção foi constatada pela Inspecção Geral do Trabalho (IGT), numa actividade conjunta com a Autoridade Nacional de Inspecção Económica e Segurança Alimentar (ANIESA), Inspecção Municipal do Cazenga e o Serviço de Investigação Criminal (SIC).

Os órgãos do Estado, durante a visita de constatação, verificaram diversas irregularidades, como a falta de condições dignas de trabalho, abuso aos trabalhadores, entre outras situações.
O chefe dos serviços províncias da IGT em Luanda, Hamilton Ribeiro revelou que serão tomadas as medidas nos termos da legislação, com realce ao pagamento de multas e melhorias de condições de trabalho, consideradas infracções graves.
O inspector referiu que o momento serviu também para analisar as condições dos trabalhadores do shoping e se a lei tem sido cumprida. Lembrou que todos devem ser tratados com consideração e respeito pela sua instituição.
Hamilton Ribeiro aconselhou aos trabalhadores a terem cultura de denúncia para que casos do género sejam banidos. Aos empregadores pediu respeito aos direitos humanos, no sentido de evitarem sanções, correndo o risco de verem as suas empresas encerradas.
Uma das trabalhadoras que sofreu o abuso, é a Fernanda, com a função de atendimento, disse que não concorda com os métodos praticados pela empresa, por serem considerados abusos.
“Eles mandam tirar a roupa, até ao ponto de olharem para o interior do biquíni. A chinesa que tem nos revistado não tem maneira de o fazer. No contrato nunca assinamos essa cláusula. Apesar de já ter ouvido que alguns trabalhadores roubam, mas não é motivo para todos serem abusados desta forma”, lamentou.
Fernanda não entende o procedimento, porque a loja tem câmaras montadas e os proprietários podem averiguar através deste sistema de segurança.
Com 45 mil kwanzas de salário mensal, a jovem conta que é obrigada a suportar esses abusos, porque tem de sustentar as filhas, já que faz sem ajuda do pai.